Amor sem dor.

Quando alguém descobrir como mensurar a dor por favor avise-me quem sabe consigamos junto ao contar dos dias, o passar do tempo, talvez ver o quanto a dor diminuiu. Ontem eu estava pensando no quanto a música nos faz bem e que há compositores que só escrevem sobre coisas boas nunca sobre coisas ruins, escrever pra mim não é assim pois eu transcrevo sentimentos ( na maioria das vezes) pode até ser um sentimento que não seja meu propriamente mas que existe nos outros e hoje eu escrevo mais uma vez sobre essa dor imensurável que é perder alguém. Perder? É. Perder. Perder por quê? Porque somos tão involuídos ainda que sentimos como se perdêssemos. Eu perdi e quando olho pro outro vejo que ele também perdeu. Nessa semana, na quinta-feira, o Brasil teve a notícia da morte do ator Domingos, inesperada. E quem espera a morte? É. Não esperamos, não devemos esperar porque não estamos aqui para isso e mesmo com todo ensinamento da Doutrina Espírita eu digo "perder" porque eu sinto "perder", principalmente nesses casos acidentais como se a vida escapasse das mãos, como se fossemos todos impotentes e o "se" tivesse dado tempo, "se" ele ou ela não estivesse ali, "se" eu mesmo que eu não existisse ali pudesse estar ali como se algum poder eu tivesse e como "se" eu ou quem quer que seja mudássemos as leis de Deus. Sei que nada é por acaso. Eu sei. Eu sei mas eu não sinto. E sou sincera quanto a isso. Eu queria juntar toda dor do mundo pela perda de alguém e colocar aqui dentro e levar comigo quando eu morrer... Mas morrer não é o fim então a dor não acabaria assim... A única parte boa que eu posso sentir é que há um reencontro talvez como aqueles que partiram, talvez porque tudo depende... Jesus nos sustenta porque sem Ele tudo seria mais difícil talvez impossível... Até que num estalo eu vi que sofrer tem que ter um porquê, tem que existir algum porquê que eu ainda não encontrei, talvez esse porquê esteja em (tentar) curar a dor dos outros e se me perguntarem se alguém já curou a minha dor eu digo que não, alguns acentuaram  mas outros amenizaram por alguns instantes, fizeram-me sorrir, mostraram-me as flores e o céu. Quando eu contemplo o mar eu sinto que estamos perto porque eu desejo que quem eu perdi esteja ali sentindo a mesma coisa e peço perdão a Deus por andar distraída no caminho sem observar o quanto Ele é perfeito e que alguém que criou tudo isso jamais criaria a dor, jamais seria culpado por algo.. Nós é que somos, a dor nós criamos mas eu criei e ainda não aprendi a "descriar", o que eu sei é que do recriar nasce o amor... O mesmo amor de quem sente a dor. Então agora no fim eu peço a Deus que esteja no final de cada lágrima escorrida por todos os corações sofredores pelo regresso de um amor à Pátria Espiritual. Obrigada Senhor pela linda oportunidade de viver, que sejamos melhores a cada dia, que aprendamos com essa dor e que sejamos capazes de amar sempre. Com amor, Fernanda.

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